A Câmara e o Senado dos Estados Unidos realizam uma sessão conjunta nesta segunda-feira (6) para certificar a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais do país, realizadas em novembro de 2024.
A cerimônia acontece no Capitólio, sede do Congresso americano, em Washington D.C., a partir das 15h, no horário de Brasília. A segurança ao redor do local foi reforçada, por exemplo, com cercas no perímetro do edifício.
O Secretário de Segurança Interna dos EUA determinou que esse é um Evento Nacional de Segurança Especial — essa é a primeira vez que essa designação é concedida para a certificação, seguindo uma solicitação do prefeito de D.C..
Essa é a última etapa do processo eleitoral dos EUA antes da posse de Trump, que está marcada para o dia 20 de janeiro, também em Washington D.C..
A certificação será comandada por Kamala Harris, vice-presidente do país e candidata democrata derrotada pelo republicano no pleito.
Nessa cerimônia, dois senadores e dois integrantes da Câmara são selecionados como “escrutinadores”. Eles se sentam na frente do Salão da Câmara e contabilizam os votos dos delegados — figura do sistema eleitoral dos EUA.
Por que Kamala Harris terá papel-chave na certificação de Trump?
Ao final da contagem dos votos dos delegados, o presidente do Senado anuncia os resultados. Quem lidera o Senado americano é o vice-presidente do país, por determinação da Constituição.
Ela não será a primeira vice-presidente a confirmar a própria derrota. Em 2001, por exemplo, o vice-presidente democrata Al Gore presidiu a contagem da eleição de 2000, na qual ele perdeu para o republicano George W. Bush.
Os congressistas podem se opor à contagem dos votos?
Segundo o National Archives dos EUA, a contestação deve ser feita por escrito e assinada por pelo menos um quinto dos senadores e um quinto dos deputados da Câmara dos Representantes.
A oposição só é válida se os delegados do estado alvo da contestação não foram legalmente certificados ou se o voto de um ou mais delegados não foi feito de forma regular.
Apoiadores se manifestam contra certificação da vitória de Joe Biden no Capitólio, Washington D.C., em 2020 • Foto: REUTERS/Stephanie Keith
Se houver contestação, a sessão é suspensa. Então, as duas Casas debatem o assunto separadamente e, em seguida, se reúnem para votar o caso. É necessária maioria simples nas duas Casas para aprovar a objeção.
Caso ela seja aprovada, os votos dos delegados do estado contestado são anulados. Porém, isso nunca aconteceu na história do país.
Capitólio foi invadido na última certificação
Após a última eleição presidencial, o Capitólio foi invadido por apoiadores de Donald Trump, que queriam impedir a certificação da vitória de Joe Biden.
O democrata derrotou o republicano nas eleições presidenciais de 2020, mas Trump não reconheceu o resultado e afirmou, sem provas, que houve fraude.
A invasão aconteceu no dia 6 de janeiro de 2021, e a sessão do Congresso era presidida por Mike Pence, então vice-presidente de Trump e companheiro de chapa do republicano.
A sessão de certificação precisou ser interrompida. Os congressistas conseguiram retornar ao Capitólio e retomar a certificação apenas na madrugada do dia seguinte.