O dólar fechou a sessão desta segunda-feira (2) em alta, se mantendo acima do patamar de R$ 6, com mercados ainda digerindo o pacote fiscal e isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil, apresentados pelo governo federal na semana passada.
Já o Ibovespa terminou o pregão com recuo de 0,34%, a 125.235,54 pontos. Durante a sessão, o principal índice do mercado brasileiro marcou 124.733,89 pontos na mínima e 125.901,06 pontos na máxima. O volume financeiro no pregão somava R$ 22,5 bilhões antes dos ajustes finais.
No ano, o Ibovespa acumula um declínio de 6,43%, que se mantido durante dezembro reverterá a tendência apurada nos dois anos anteriores — altas de 22,28% em 2023 e de 4,69% em 2022.
Na cena internacional, o mercado espera por uma série de dados que serão publicados nos próximos dias, com destaque para o relatório de emprego nos Estados Unidos, na sexta-feira (6), para avaliar a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve (Fed).
Atualmente, operadores veem mais de 61% de chance de o Fed optar por um corte de 25 pontos-base nos juros quando se reunir neste mês, em comparação com uma chance de quase 83% observada no mês anterior, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
No sábado, Trump exigiu que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.
“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, escreveu Trump em sua plataforma de mídia social, Truth Social.
“Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”, acrescentou Trump.
Foi a primeira publicação das previsões dos analistas após a apresentação e detalhamento do pacote fiscal e reforma do Imposto de Renda, pelo governo federal, na semana passada.
As estimativas para a taxa básica de juros em 2025 foram a 12,63%, ante 12,25% na semana passada. Foi a terceira edição seguida de alta da Selic para o próximo ano.
Já para 2024, a previsão se manteve em 11,75%. Os juros estão atualmente em 11,25% ao ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne pela últimas vez neste ano entre os dias 10 e 11 de dezembro. A expectativa do mercado é que o encontro encerre com nova alta de 0,5 ponto.
As previsões para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indicador oficial da inflação brasileira – também foram revistas. Agora, o mercado prevê alta de 4,4% nos preços de 2025, contra 4,34% na edição da semana passada.
Foi a sétima edição seguida do Focus com alta do IPCA para o próximo ano.
Para 2024, as estimativas subiram a 4,71%, ante 4,63% na edição anterior.
As análises mostram o IPCA se aproximando do teto da meta em 2025, e confirmam as previsões do mercado de estouro do limite máximo neste ano.
Além das medidas de corte de gastos, Haddad enviou ao Congresso uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) aos contribuintes que ganhem até R$ 5 mil.
O anúncio como um todo, porém, gerou um mal-estar generalizado no mercado, de modo que o dólar fechou um pregão pela primeira vez na história acima do patamar de R$ 6.